Um dia depois do inédito ataque com pagers-bomba de membros do Hezbollah, o Líbano registrou nesta quarta (18/9) mais explosões em diversas cidades, focadas em walkie-talkies usados pelo grupo. Ao menos 9 pessoas morreram e 300 ficaram feridas, segundo o Ministério da Saúde local.
Sem assumir a responsabilidade que até aliados lhe atribuem, Israel afirmou que uma nova fase da guerra iniciada após o ataque de 7 de outubro de 2023 do Hamas, aliado do Hezbollah, está à vista.
“O centro de gravidade está movendo para o norte [Líbano]. Estamos desviando forças, recursos e energia para o norte. Eu acredito que estamos no início de uma nova fase desta guerra, e temos de nos adaptar”, disse o ministro da Defesa, Yoav Gallant, que tem sido pressionado pelo premiê Binyamin Netanyahu a deixar o cargo por desagradar a sua base política religiosa.
O premiê, por sua vez, também ignorou a autoria e repetiu que iria garantir a volta dos cerca de 80 mil moradores forçados a deixar o norte de Israel devido às hostilidades.
Segundo a agência Reuters, houve explosões relatadas na capital, Beirute, nas cidades de Nabatieh, Tiro e Sídon, no sul do país. A Agência Nacional de Notícias disse que também houve explosões de painéis solares e dispositivos de biometria em casas em diversos pontos do país.
O ataque de terça (17) havia deixado ao menos 12 mortos e 2.800 feridos, 300 deles em estado grave. Ele disparou novamente o alarme de um conflito mais amplo na região.
Os episódios foram atribuídos pelo Hezbollah, que como os palestinos do Hamas é bancado pelo Irã, a Israel. O governo libanês fez a mesma acusação, que não foi nem confirmada, nem desmentida por Tel Aviv.
A ação tem o DNA dos serviços de segurança de Israel, que ao longo de décadas aperfeiçoaram métodos para atingir seus adversários de forma focada.
O escopo do ataque de terça foi inédito. Segundo as informações iniciais, foram plantados explosivos em cerca de 3.000 pagers comprados cinco meses atrás pelo Hezbollah de uma fabricante taiwanesa. Ela e o governo dos EUA, aliado de Israel, negaram participação no episódio.
Folhapress