O general Juan José Zúñiga, acusado de liderar o golpe fracassado contra o presidente da Bolívia, Luis Arce, foi transferido neste sábado (29/6) a um presídio de segurança máxima por ordem de um juiz que impôs seis meses de prisão preventiva ao militar.
Zúñiga chegou à prisão de Chonchocoro, nos arredores de El Alto, município vizinho de La Paz, fortemente escoltado, assim como outros dois militares de alto escalão também acusados de liderar o golpe —o vice-almirante Juan Arnez, ex-chefe da Marinha, e Alejandro Irahola, ex-chefe da brigada mecanizada do Exército.
A Justiça ordenou sua reclusão nessa cadeia enquanto avançam as investigações sobre a insurgência. Os três militares enfrentam acusações de terrorismo e rebelião armada, pelas quais podem receber uma sentença de até 20 anos de prisão, de acordo com o Ministério Público. Outros 18 militares ativos e aposentados, além de civis, foram detidos.
Também neste sábado, o governo afirmou ter encontrado evidências de um plano militar para mobilizar forças do departamento de Tarija, no sul do país, para La Paz durante a tentativa de golpe. “Encontramos um radiograma com o qual foi instruído que o avião (…) no ministério do Governo fosse transferido para o departamento de Tarija para trazer grupos de ataque”, disse à imprensa o ministro de Governo, Eduardo Del Castillo.
O general Zúñiga tem sido apontado desde o início como o principal responsável pela conspiração contra o presidente, que assumiu o cargo em 2020 para um mandato de cinco anos. O ex-comandante do Exército já estava preso desde quarta-feira (26), quando militares tomaram a praça Murillo, na capital, avançaram contra a porta do palácio presidencial com um blindado do Exército e entraram no prédio.
Após sitiarem a sede do governo por várias horas, os soldados se retiraram após confrontarem Arce, e a polícia retomou o controle da praça. Durante a rebelião militar, 14 civis ficaram feridos por balas de borracha disparadas por soldados, segundo o governo.
AFP