A Polícia Civil de Ubatuba concedeu ontem (9/2) entrevista coletiva para dar mais detalhes sobre o caso do influenciador digital, maquiador e cabeleireiro Glaubedson Duarte, conhecido como Glau Duarte, de 31 anos. Ele foi espancado em janeiro, na cidade de Ubatuba, não resistiu aos ferimentos e morreu dois dias depois.
O delegado Ricardo Mamede e o delegado assistente Albertino Domingos Gonçalves Neto falaram sobre a prisão de um dos responsáveis, preso em Taubaté na última segunda-feira (7/2). Ao ser confrontado com as provas colhidas ao longo das investigações, o rapaz confessou parcialmente sua participação no crime. Na casa dele, foram apreendidos dois celulares e quatro pen drives. Agora, a Polícia visa identificar e deter o comparsa do criminoso.
“São dois autores, para nós o crime é de latrocínio, os objetos foram subtraídos após a agressão. Mas a agressão foi de uma monta descomum, ele foi muito agredido, com pauladas”, afirmou Mamede.
O delegado disse que as investigações começaram procurando imagens das redondezas que pudessem ter captado a agressão. Como foi levantada a suspeita de crime de ódio, motivado por homofobia, a princípio a polícia adotou essa linha, mas segundo o delegado, para a Polícia trata-se de latrocínio.
Em uma das imagens obtidas, a Polícia identificou indivíduos com uma aparência física relatada por testemunhas que viram de longe o crime ser cometido. Depois, em investigação nos aparelhos telefônicos e nas redes sociais da vítima, a Polícia constatou que ela havia tido um relacionamento amoroso naqueles últimos dias com o rapaz que foi preso na segunda-feira (7/2).
Na delegacia, ele acabou confessando parcialmente o crime. “E com essa confissão parcial, esses elementos de prova nos indicam que ele sim, é hoje o nosso maior suspeito de ter cometido esse delito. O segundo elemento ainda não está identificado. Ele mesmo não deu esclarecimento algum sobre esse segundo elemento. E ele está preso temporariamente conosco na delegacia de Ubatuba para prosseguimento das investigações”, explicou Mamede.
“Tem muita perícia para ser requisitada, tem aparelhos apreendidos, tem todo um trabalho pericial para as outras provas que já colhemos para podermos definir a conduta dos, até agora, suspeitos”, afirmou o delegado.
Com o mandado de busca e apreensão, a equipe da delegacia de Ubatuba compareceu em Taubaté na residência do indivíduo. Foi apreendido o material e o rapaz e seu pai foram conduzidos à delegacia para prestar depoimento. Conforme informou o delegado assistente de Ubatuba Albertino Domingos Gonçalves Neto, o indivíduo deu uma versão da qual a Polícia desconfia.
Ele narrou que no dia do espancamento desceu para Ubatuba e lá se encontrou com outro indivíduo que ele não quis identificar. Disse que ingeriram bebida alcóolica e fumaram maconha, um tempo depois o outro indivíduo teria se encontrado com Glaubedson e foram para a areia da praia fazer um programa. Em dado momento, ele teria escutado uma discussão e foi ver o que estava acontecendo. Ele narra que tentou separar e o amigo dele acertou uma paulada na cabeça de Glaubedson. Depois, os dois deixaram a vítima na areia da praia sem prestar qualquer tipo de socorro, roubaram os pertences e, em momento posterior, se desfizeram dele. O preso também disse à Polícia que não teria tido em momento algum relacionamento com Glaubedson, o que contradiz as investigações.
“Nós acreditamos que o caso não tem relação com homofobia. Pode ter sido utilizado o encontro como uma isca para a prática do roubo, que acabou por se transformar em um latrocínio. Porque, segundo consta, esse indivíduo que está preso com a gente já tinha saído com ele duas vezes, e ao que tudo indica o Glaubedson tinha uma condição financeira um pouco acima do normal, isso pode ter chamado a atenção desse indivíduo que convidou um amigo para fazer a prática do crime”, disse Neto.
“Acreditamos na versão de que foi utilizado o encontro como forma de atrair ele para uma área escura e lá a prática do crime de roubo, seguido de morte posteriormente”, resumiu. Informações e imagem: Tamoios News