O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira (21/4) que suas tropas tomaram o controle da cidade portuária de Mariupol após dois meses de cerco, apesar de centenas de soldados ucranianos ainda resistirem dentro de uma grande siderúrgica.
“O fim do trabalho de libertação de Mariupol é um sucesso”, afirmou Putin, recorrendo a um eufemismo acerca da ação russa na cidade no sudeste da Ucrânia, ao ministro da Defesa, Serguei Choigu. O encontro foi exibido pela TV russa.
Após quase dois meses de cerco e bombardeios, as últimas tropas ucranianas estão escondidas no complexo de siderúrgicas Azovstal. Mariupol é estratégica no plano de Moscou de unir os territórios pró-russos do Donbass e a península da Crimeia, já anexada em 2014.
Os ultimatos lançados pela Rússia não levaram à rendição dos soldados ucranianos. Um de seus comandantes, Sviatoslav Palamar, pediu aos países ocidentais “garantias” de segurança para deixar o complexo onde, segundo Kiev, também há cerca de 1.000 civis.
A Ucrânia não diz quantos militares permanecem nas instalações. O Ministério da Defesa russo afirma que são quase 2.000.
Putin ordenou nesta quinta o cerco à fábrica, mas sem um ataque, indicando que uma ofensiva provocaria muitas mortes. “Considero que o ataque proposto na zona industrial não é apropriado. Ordeno o cancelamento”, disse.
“Precisamos pensar na vida de nossos soldados e oficiais. Não há necessidade de entrar nestas catacumbas e rastejar no subsolo através das instalações industriais. Bloqueiem toda a área industrial para que nem mesmo uma mosca possa escapar”, continuou o presidente.
Putin também prometeu salvar a vida dos que se renderem. “Proponho mais uma vez a todos aqueles que não entregaram as armas que o façam. O lado russo garante a vidas e que serão tratados com dignidade.”
Na terça (19), o comandante da 36ª Brigada de Fuzileiros Navais da Ucrânia, força remanescente em Mariupol, afirmou que eles não iriam se render. Fonte: AFP e Reuters