Enquanto se desenrolam as batalhas da Guerra da Ucrânia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sacou novamente a carta nuclear em sua disputa com o Ocidente.
Nesta quarta-feira (20/4), ele anunciou o primeiro teste completo do novo míssil intercontinental para emprego de ogivas nucleares do país, o RS-28 Sarmat, conhecido na Otan, a aliança militar ocidental, como Satã-2. Trata-se do mais poderoso armamento do tipo no mundo.
“Essa arma verdadeiramente única vai aumentar o potencial de combate das nossas Forças Armadas, garantindo de forma confiável a segurança da Rússia contra ameaças externas, e fará aqueles que, no calor da retórica agressiva, tentam ameaçar nosso país pensem duas vezes”, disse ele em conversa com autoridades do Ministério da Defesa televisionada.
O teste vem em meio ao início da batalha do Donbass, pelo controle da região russófona do leste da Ucrânia, quase dois meses após o início da guerra. No período, Putin sofreu reveses ao patrocinar um ataque amplo, mas descoordenado em várias frentes, não logrando cercar Kiev.
Teve mais sucesso no sul e no leste, onde foca agora suas forças. A reputação das Forças Armadas russas, que passaram por grande modernização tática e de equipamento desde o quase fiasco na vitória sobre a Geórgia em 2008, no entanto, está bastante arranhada.
Além de críticas no exterior, há o crescente apoio militar dado pelo Ocidente a Kiev, que já ajudou a evitar uma derrota de saída na guerra. As chamadas linhas vermelhas para não trazer os russos para um conflito com a Otan, como o fornecimento de baterias antiaéreas, vão sendo testadas semana a semana.
O Sarmat vem sendo desenvolvido desde 2009 e começou a passar por testes de ignição e lançamento em 2018.
O míssil, batizado em homenagem ao antigo império eurasiano da Sarmácia, é um monstro de 208 toneladas estimadas, com 35,5 m de comprimento. É capaz, segundo analistas, de levar talvez 15 ogivas nucleares a alvos até 18 mil km distantes. Fonte: Folhapress