O governo russo voltou a atacar a área da capital ucraniana, ao atingir nesta sexta-feira (15/4) uma fábrica de mísseis nos arredores de Kiev. Trata-se da primeira ação militar desde a retirada de tropas russas da região, no fim de março, quando Moscou afirmou que concentraria forças no sul e no leste do país.
Alarmes antiaéreos soaram diversas vezes ao longo da madrugada, segundo o governador da região de Kiev, Olexandre Pavliuk. O ataque teve como alvo um centro de fabricação e reparo de mísseis antinavios, de acordo com o Kremlin, no que foi entendido como uma retaliação ao naufrágio do navio de guerra Moskva, a mais importante embarcação militar russa no mar Negro, na quinta-feira (14/4).
“O número e a escala de ataques com mísseis a alvos em Kiev aumentarão em resposta a quaisquer ataques terroristas ou atos de sabotagem em território russo cometidos pelo regime nacionalista de Kiev”, afirmou o Ministério da Defesa russo, em um comunicado.
O governo russo diz ainda que dois helicópteros ucranianos equipados com armas pesadas entraram em seu território e dispararam pelo menos seis tiros em áreas residenciais na cidade de Klimovo, na província de Briansk. Sete pessoas ficaram feridas, incluindo um bebê, segundo Moscou. Para os ucranianos, no entanto, o serviço secreto russo promove ataques terroristas na região para alimentar o conflito.
O ataque à fábrica de mísseis Neptune, nesta sexta, contradiz o discurso de Moscou, uma vez que o governo Putin não reconhece que o navio Moskva foi afundado após ser atingido por mísseis ucranianos, como afirma Kiev. Para Moscou, o naufrágio ocorreu após uma explosão de munição armazenada na nau.
O Moskva (Moscou) era de longe o maior navio russo no Mar Negro, equipado com mísseis guiados para atacar a costa e derrubar aviões, além de radar para fornecer cobertura de defesa aérea e capacidade para mais de 500 militares.
Além do baque moral, sem seu carro-chefe a capacidade de os russos ameaçarem a Ucrânia pelo mar fica prejudicada. Fontes: Reuters e AFP